Pranayamas

Pranayama significa o comando da energia vital, o prana que existe em tudo e que dirige todos os processos da nossa vida. O ser humano recebe o prana a partir da comida, respiração, impressões que incluem emoções e o pensamento. Neste trabalho nós iremos falar da arte da respiração, mas lembremos levemente também outros tipos de pranayama e principalmente o da alimentação. Comer tudo pode ser veneno ou remédio dependendo do que, quando e que quantidade você usa sem negar quaisquer tipos de comida, diremos o principal: A correta alimentação é de 2x por dia às 12:00 e às 18:00 h ( + ou – 1h ) e um jejum semanal de 24h irá ter uma boa repercussão para o seu organismo. Sabe-se que durante o período de fome a energia do organismo se eleva muito e nisso está baseado o efeito de cura pela fome, e o movimento da energia nos meridianos e canais do corpo se torna sensível o que permite aprender a comanda-la. Na nossa vida nós ou estamos ocupados com um trabalho físico intenso ou com um trabalho mental.

1.Telad Yukta

    A respiração se realiza pelo diafragma (o peito fica imóvel). A respiração é tão mínima e tranqüila quanto possível. A língua está encostada no palato superior. Muitos Mestres fazem isso tão silenciosamente que você nem ouve este processo de respiração, nem colocando uma pena nas narinas, ela oscila. Durante essa respiração é desejável repetir o mantra SO HAM. Ao inspirar diga SO e ao expirar você diz HAM. Este é o mantra da nossa respiração e que significa SO = Eu e HAM = aquele, ou Eu Sou Ele, EU SOU O MUNDO, EU SOU DEUS, etc. Pensando sobre isso e subseqüentemente somente com o sentimento e com esta ação se concentre no adjna chakhra.

2.Sitali (É a respiração purificadora da serpente)

    Ela oxida o sangue e elimina as toxinas. Aquele que faz isto constantemente não precisa ter medo de mordida de cobra. Jogue a cabeça para cima sem ar, estire para fora a língua o máximo que puder em forma de tubo e beba com ela o ar, fazendo um som de sssss (sibilante). Imagine que você está bebendo o néctar dos céus, que se reúne na região inferior do pescoço (chakhra Vishudha). Em seguida feche a boca, comprima a ponta da língua ao céu da boca e faça movimentos de rotação a ao deter a respiração virando ao mesmo tempo a cabeça com movimentos circulares. Primeiro para direita e depois para baixo. Em seguida abra bem a boca, estire a língua para fora, tentando alcançar com o queixo o peito e faça uma expiração lenta com o som HÁ. Os olhos devem estar bem abertos e arregalados, ao mesmo tempo girando a cabeça em rotação para a esquerda e para cima. Em seguida repita a inspiração, prenda, mas faça desta vez uma outra rotação: vire a cabeça para a esquerda e para baixo mas na expiração gire para a direita e para cima. Repita este exercício  várias vezes. Esse exercício é bom para angina e doenças da garganta, da tireóide, para as enxaquecas, e para todas as doenças da região do pescoço e da cabeça. É o melhor meio cuja eficácia só é conhecida na prática.

3.Surya Bhega (Respiração solar)

    Esta respiração harmoniza os canais do sistema nervoso. Na coluna vertebral do ser humano estão situados dois canais: O sensorial que é IDA e o motor que é o PUNGALA, com os quais está ligado o trabalho de todo o sistema nervoso do organismo. Esses canais iniciam-se no cóccix e vão para cima. Ida sobe pelo lado esquerdo do corpo enquanto Pungala sobe pelo lado direito. Na região da medula eles se entrecruzam. Ida segue para o hemisfério direito enquanto o pungala segue para o hemisfério esquerdo, o que corresponde a suas funções. Ida e  Pudgala estão ligados as narinas: Ida com a narina esquerda e Pungala com a narina direita. No processo da vida do homem há uma dominância e um dos hemisférios do cérebro juntamente com seu canal correspondente forma os dois tipos de pessoas: Ida – os poetas e Pungala – os pensadores, mas apenas o trabalho regular e uniforme de ambos os hemisférios cria uma personalidade harmoniosa; e além disso a cada duas horas predomina um dos canais o que se reflete no fato de que uma narina da pessoa fica meio fechada. Realizando o exercício de Surya Bhega nós alcançamos o trabalho uniforme dos hemisférios e como resultadas ambas as narinas devem abrir-se bem. Esse exercício nos prepara para o quarto exercício (Sahita).
    Com o dedo mínimo e anular da mão direita, feche a narina esquerda (o dedo médio e o indicador estão apoiados na região entre as sobrancelhas). Inspire com o diafragma através da narina direita e segure a respiração comprimindo o queixo contra o peito (djala bandha), apertando as narinas com os músculos dos anus e das genitálias (mula bandha), em seguida expire com um impulso o ar através da narina esquerda, tendo antecipadamente levantado a cabeça. Repita todos os atos mais uma vez. Depois de assimilar os exercícios durante a respiração concentre-se nos lados correspondentes do corpo e dos canais (nadis): inspiração – narina direita, o prana segue do pudgala até o cóccix, durante a parada da respiração ela sobe pelo Ida e se derrama saindo pela narina esquerda. A duração da suspensão da respiração deve ser a máxima, não se deve permitir uma tensão excessiva. Esse exercício remove a gripe e todas as doenças da faringe e da cabeça, principalmente se for feito em conjunto com sahita.

4.Sahita (Respiração alternada através das narinas)

    Está ligada também com a circulação de energia pelos canais e está destinada para sua purificação com o subseqüente despertar da Kundalini – Shakti. Para isso como nos outros exercícios, é necessário ficar na posse correta ou de joelhos (vadjrassana) sentado com as pernas cruzadas (padmassana) ou a posse de lótus, pode se sentar sobre os calcanhares (siddhassana). Para os primeiros dois exercícios é melhor utilizar a vadjrassana. Para os exercícios de três a cinco é melhor usar a siddhassana e para os exercícios de seis a oito é melhor a padmassana.
    Sidhassana – Sente-se com o períneo em cima de um calcanhar comprimindo o outro calcanhar na base do abdomem colocando uma perna oposta à outra. Sidhassana dos aspectos é executada sentando-se sobre o calcanhar esquerdo enquanto a tântrica (a que fortalece a sexualidade), sobe o calcanhar direito. Isso está ligado às correntes magnéticas do corpo. A coluna em todas as posturas deve conservar-se ereta sem tensões. Mais um momento importante na sahita é o ritmo da respiração que é individual para cada um. Ele equivale a um quarto do tempo de parada durante a expiração. Com o tempo esse tempo irá crescer, a duração da parada respiratória caracteriza sua vontade. Ela é tanto maior quanto você está mais tranqüilo.Conseqüentemente este é o método de desenvolver a vontade e a capacidade de se auto governar.
    Feche ou tape a narina direita com o polegar da mão direita inspirando pela narina esquerda, segure a respiração e em seguida expire pela narina direita. Inspire pela direita e expire pela esquerda  depois do que segure a respiração. O ritmo da respiração é um tempo para a inspiração, dois tempos para a expiração e quatro tempos para segurar a respiração. Se você puder prender a respiração por 40 “então seu ritmo será de 10”, conseqüentemente: inspiração 10 “, segurar 40”, expiração 20 “. Novamente inspiração 10” e expiração 20”e segurando durante a expiração 40”.
    Tendo realizado um ciclo de exercícios faça uma respiração purificadora: inspiração e expiração abrupta através dos lábios quase fechados. Faça isso várias vezes até que a respiração não se restabeleça. Você pode realizar a Bhastrika: inspirações e expirações rápidas através do nariz. Em seguida repita o ciclo. Em seguida você sem esforço poderá realizar vários ciclos um atrás do outro (em série). A concentração durante a respiração: Inspiração pela narina esquerda – o fluxo do prana desce pelo Ida, o segurar faz pelo mula e pelo djala bandha (veja Surya Bhega). A concentração no muladhara, a expiração se faz pela narina direita, o fluxo de prana sobe pelo Pudgala, inspiração através da narina direita e o fluxo desce pelo Pudgala até o cóccix com a respiração pela narina esquerda – o fluxo sobe pelo Ida até o Adjna (centro da testa). Segurar na expiração – nula udiana, djana bandha (concentração dos músculos do diafragma encolhendo o abdomem) com a concentração no adjna. Ao segurar a respiração às narinas são fechadas com os dedos. Em lugar de fazer contagem nesta respiração pode-se repetir o mantra OM usando o mala.
    Essa respiração proporciona clareza no cérebro e liga o trabalho dos hemisférios, com a ajuda deste exercício, a atividade mental melhora e o trabalho do sistema nervoso como um todo.
     
5.Udjain

    Este exercício está destinado a elevar a Kundaline Shakti – uma grande energia que se encontra no ser humano no estado não manifestado (latente). Este é o seu potencial.
    Todas as forças ocultas, o saber, o bem estar (felicidade) são alcançados através do seu despertar.
 Kundalini que se encontra na região do cóccix (muladhara chakhra), eleva-se pelo canal central que se encontra no centro da medula espinhal, que a estas alturas deve estar totalmente purificada, a coluna corrigida com a ajuda de ásanas, a psique do ser humano deve estar num estado tranqüilo e de total controle. Se nós sentimos raiva, medo, desejo  eles irão ativar-se com a elevação da Kundalini e será a sua morte espiritual. Estes sentimentos arruinarão você. Eles são a essência da energia e domínio sobre eles só se consegue com a ajuda do Pranayama e a compreensão correta. O canal central que vai do cóccix até a coroa possui quatro camadas. Ele liga todos os chakhras do corpo, quando a energia passa pela primeira camada da Suchumna aparece o calor que toma conta de todo o corpo de tal forma que o indivíduo não sente frio nem no inverno intenso.Isso é chamado no Tibet de TUMO, na Índia de TAPAS. Quando a energia sobe pela segunda camada (Vadjrini) aparece um tremor que se espalha por todo o corpo como num orgasmo. O homem adquire todas as supercapacidades. Quando a energia vivifica e ativa a terceira camada (Tchitrini), o homem obtém todos os conhecimentos, porém quando a Kundalini se eleva pelo quarto canal interno (Bhrama nadi), consegue-se uma total libertação – o nirvana.
    O exercício se realiza sentando-se no siddhassana ou no padmassana, com a coluna ereta. Inspire lentamente, com um som como um apito ou zumbido uniforme do mais elevado tom, segure a respiração tendo realizado o Djala, Udiyana bandhi e o achvine mudra (contração e descontração rítmica dos músculos do anus e das genitálias em ritmo acelerado). Concentre-se na região do muladhara e imagine que a Kundalini se desperta e sobe se movendo como uma serpente numa vibração.
    A região do muladhara  e mais acima é tomada de calor. Em seguida expire através da narina esquerda e segure novamente a respiração na expiração do mesmo modo. Após isso faça vinte inspirações e expirações rápidas através do nariz. Na expiração contraia fortemente os músculos do diafragma e do ânus, imagine como a Kundalini se eleva até a região do anahata, lugar na coluna na altura do centro do peito. Faça de novo um som de apito (agudo) segurando a respiração na expiração naturalmente e sem tensão realizando a mesma meditação da primeira vez apenas ao nível do anahata. Realize vinte respirações do tipo bhastica. A Kundaline se eleva até o topo do pescoço. Realize o ciclo de respirações com concentração na região do Vishudha (começo do pescoço e para cima). Faça vinte respirações bhasticas transportando a energia para o centro da cabeça (sahasrara chakhra). Todo esse processo se chama de Shakti tchilini mudra que eleva a Kundalini mais bhastica, que agora se apresenta como respiração rebuffing, que eleva o ser humano ao estado pré-natal ( anterior ao nascimento) curando os traumas karmicos do parto e antes do nascimento.

6.Brahmari

    Este exercício respiratório está destinado para a Pratiahara- desligamento da consciência dos órgãos dos sentidos e passagem para o mundo sutil.
    Tendo realizado a Kati mudra (espiche os lábios como que segurando um bocejo e sorva o ar através deles, o restante engula), faça um Yoni mudra, isto é, feche os ouvidos com os polegares com os dedos médios, os olhos apertando-os levemente, os dedos anulares coloque-os nas asas do nariz e os mínimos nos rimas da boca. Prenda a respiração brevemente e depois passe para o Brahmari. Para a expiração um tempo, para a inspiração quatro tempos, se seu ritmo é 10 tempos (olhe acima) dez segundos para expiração e quarenta segundos para inspiração. Ouça atentamente e em breve você ouvirá estranhos sons de gorjeios. Isso não é barulho nos ouvidos, isso são sons de natureza totalmente diferente anahata nadi, os sons do mundo sutil, em seguida você pode distinguir cores incomuns, e visões na tela interior semelhantes a sonhos de outros mundos (planos). Praticando durante muito tempo o brahmari, você entrará no plano sutil (vital, astral e mental). Pratique a alegria para não se achar em situações negativas no outro mundo. Lembre-se que anahata é a porta para aquele mundo (sutil).

7. Murtchha

    Depois da passagem para o mundo sutil inicia-se a dharana nos níveis deste plano chamados de chakhras, cada um dos quais reflete um determinado nível.
    O Brahmari passa automaticamente para o seu oposto que é Murtchha, uma prolongada expiração e uma curta inspiração (quatro tempos para um tempo). A Kundalini eleva-se pelo canal central de chakhra para chakhra em estado de concentração e orando mantras.












Durante dharana por ação do calor do sol, os lótus dos chakhras se abrem e para o ser humano abrem-se o conhecimento e forças correspondentes, inerentes a cada chakhra.
     
8.Kevali

    Quando a concentração passa para o adjna pratica-se a respiração de kevali – ampliação regular da inspiração e expiração quatro tempos. Na primeira etapa do kevali, sambhavi mudra, surge a meditação dharana, enquanto no segundo estágio, concentrando-se na elevação da kundalini, em direção ao sahasrara chakhra, a energia eleva-se para o samadhi, como união do EU individual que se encontra no centro da testa (adjna) com o EU superior encontrado no Sahasrara – coroa da cabeça.
    Todas as oito respirações são realizadas em seguida uma atrás da outra. As três últimas estão relacionadas com o autodesenvolvimento e devem ser realizadas passando na seqüência de um para o outro automaticamente (no nível adequado, mas no começo eles devem ser feitos como exercícios jamais substituindo a contração no adjna (sambahavi mudra) pela trataca, observação do objetivo do yantra, porém o khetchari mudra, o êxtase no sahasrara (durante o qual os yogues avançados param a respiração ao fazer a total expiração. Pode-se substituir pela observação deste objeto, do yantra com olhos fechados na tela interior com a concentração no topo da coroa da cabeça e respiração Kevali.
    Os exercícios devem ser realizados sem tensão para que a elevação da kundalini possa passar por um caminho conhecido. A primeira respiração está ligada a concentração no adjna e manduki mudra (comprimindo a raiz da língua no palato). Esse é o elemento de todos os exercícios respiratórios restantes. Depois disso a concentração passa para o muladhara de onde ela se eleva pelos chakhras até o sahasrara. Com o sambhavi mudra, podem surgir visões, uma vez que é ativado o terceiro olho.
    No sahasrara padma ao fazer o khetchri – conhecimento de todo o mundo, porém essa capacidade se desperta pela constante trataka no yantra (representação mística que conduz o fluxo de energia de uma determinada qualidade; serve para observações práticas no desenvolvimento de algumas habilidades, por exemplo: clarividência, abertura dos chakhras, com subseqüente observação do reflexo enfraquecido). Na tela interior para a ativação da visão é bom massagear o ponto das sobrancelhas com a mão direita (assim como o desenvolvimento do sentimento correto em relação ao objeto) ? Para o yantra (amor, dedicação, etc) serve para a manifestação da vontade no desejo de conquistar a habilidade de ver e mover o objeto vagarosamente.

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