26 de nov. de 2008

Raja Yoga



É a prática suprema, integral. É a síntese do Yoga. Seu objetivo é a comunhão com Deus, através da prática da meditação, vivência de elevada ética de conduta, serviço impessoal ao mundo e veracidade.

Todos os sábios, místicos e santos de todas as religiões, de forma consciente ou intuitiva dessa técnica, praticaram a Raja Yoga.

É importante também praticar a Raja Yoga (yoga real) do autodomínio que nos ensina a dominar a mente negativa, conquistando a paz de espírito, uma mente amável, silenciosa, com controle dos sentidos e autoconfiança.

Um dos ensinamentos básicos do Raja Yoga, é a vigilância sobre os pensamentos, cortando na raiz qualquer pensamento negativo, substituindo-o por um pensamento oposto, positivo e confiante.

Raja Yogue: Shri Sotidanandana Alid Pfaske Natva



1. Yama
Yama é a maestria sobre si mesmo na relação com os outros. Auto restrição.


*Ahimsa (não violência) – Respeito sincero por todas as manifestações de vida. Não violar.

*Satya - Verdade não é um conceito ou idéia. Nem a descrição detalhada dos fatos. É um estado de ser onde tudo é percebido tal como é em si mesmo. Falar a verdade é dizer aquilo que ao ser escutado, aproxima ou desperta em quem escuta, o estado onde tudo é visto tal como é. Dizer o que não sabe é mentir.

*Asteya - Não roubar objetos, nem idéias. Usar idéias sem ter realizado em si mesmo o percurso de entendimento é roubar. É viver no mundo dos outros.

*Brahmacharya - Agir como o Divino. Estado onde a relação com os objetos dos sentidos não visa o preenchimento psicológico. Aplicado ao aspecto sexual é não fazer da relação uma forma de preencher o vazio existencial. Pode significar o não desperdício da energia sexual. Em contexto monástico é o celibato.



*Aparigraha – Não possessividade. Ausência de pensamentos ou sentimentos de posse em relação à objetos, pessoas, idéias e ideais.



2. Niyama
Disciplina na relação consigo mesmo. Observâncias.




*Shaosha – Pureza. Inclui limpeza física interna e externa. Limpeza emocional. Limpeza mental.



*Santosha – Contentamento que não se cria e nem se desfaz pela alteração das circunstâncias.É sem causa externa. Provém da conexão com a alma(Purusha). Alegria sem motivo.



*Tapas – É o aquecimento que dissipa as impurezas das nadís, chakras e mente. Diz também austeridade que é o abandono do eu na ação; esforçoSvadhyaya – Estudo de si mesmo e das escrituras que trazem o Ensinamento dos Mestres.



*Ishvarapranidhana – Entrega amorosa ao Divino. A entrega ausenta o ego e seu controle condicionado sobre a consciência, abrindo assim espaço para a Presença Divina manifestar-se no Coração do discípulo.



3. Asana
Postura firme e confortável que facilita o mergulho na Meditação.




4. Pranayama
Regulação da força vital, Prana, pela respiração visando parar a mente.



5. Pratyahara
Abstração dos sentidos e da mente. Estado em que as impressões sensoriais não modificam a condição mental ou espiritual.




6. Dharana
Concentrar a mente em algum objeto unificando a energia mental e facilitando a Meditação. A Concentração pode ser em uma área do corpo, um símbolo ( yantra ou mandala), chakras, mantra, chama de uma vela e muitos outros.



7. Dhyana
Meditação.No pensar comum a mente se move loucamente sem parar de objeto em objeto. Na Contemplação e reflexão o pensamento é dirigido á um tema em particular. O Objeto permanece o mesmo, apenas o pensamento se move. O poeta com a lua. Um cientista com o seu problema. Na concentração a mente se focaliza em um único ponto, sem se mover. Portanto, processo mental fixo, parado, e objeto permanece o mesmo. Na Meditação não há mente e objeto separados. Se fundem em um só. Não há divisão entre pensador e pensamentos. Tudo é UM! Existe uma diversidade de técnicas de Meditação e cada praticante deve ser orientado individualmente para aprofundar a sua prática segundo suas necessidades pessoais.



8. Samadhi
É a intensificação natural do estado de Meditação. É a Supra Consciência: Além do eu, além da mente e do tempo! É a dissolução da identidade baseada nas memórias no oceano da Consciência Absoluta que é pura Luz, Poder, Sabedoria e Amor. Samadhi é a realização plena do que o Yoga propõe e é. Existem níveis diferentes de samadhi que não vamos comentar aqui. Alguns apenas suspendem o ego temporariamente, mas este retorna uma vez passada a experiência. Este é Sabija, com semente. Com o sadhana apropriado, porém, ocorre a dissolução de todas as tendências condicionadas do subconsciente, as identificações com as memórias, e o samadhi acontece definitivamente. Não há mais ninguém para retornar. É o Nirbija, sem semente. O que surge então é Purusha, o Ser primordial, Imortal e pleno de Sabedoria, capaz de viver no mundo em completa Harmonia e Paz.
Os oito angas do Raja Yoga acontecem com e no ente humano e por isso têm uma relação dinâmica entre si, pois interagem sobre um mesmo centro modificando-o. Cada anga, quando atua sobre esse centro, o ente humano, encontra-o modificado pelo impacto de um outro anga que o antecedeu, e modifica-o para a ação dos outros a seguir. É um processo onde todos interagem harmoniosamente para o acesso à Totalidade do Ser.

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